É NOITE

Há um silêncio ao redor,

A revelar o segredo das almas

Despertas.

Vestida de silêncio, a noite

Espreita o coração do poeta

E o faz cantar.

Abre-se os olhos majestosos

Do infinito

E se perdem os corações,

Entre propósitos e desejos.

É noite.

Jaz a sombra

De tempos passados.

E, guarnecido pelos sonhos,

Põe-se o poeta a cantar.

Noite,

Companheira.

Caminha o poeta,

Assemelhando a ti.

No escuro da sua solidão,

Vê-se estrelas luminosas

A espalhar-se.

E, no seu coração atento,

carrega a lua,

Cercada de nuvens,

Como em procissão.

E o poeta canta

Os seus louvores.

Rasga-lhe o peito,

Envolto em magia e luz.

Para, entre a caneta e o papel,

Romper a aurora,

Vendo surgir um novo dia,

No silencioso e estrelado

Céu

Dos versos que canta.

Porque... é noite!

Otelice Soares
Enviado por Otelice Soares em 25/01/2009
Código do texto: T1404224