Ceia
A sopa servida desprende
O aroma das músicas que ouvíamos
A louça calada à espera espia:
A colher serena sobre as iniciais
Bordadas ao branco do guardanapo.
A mesa resiste qual confessionário
Como se abarcasse qualquer agonia
A sopa servida esfria a noite:
À louça pálida um caldo poesia.
Tonho França.