Prazer condensado
Sentir tua pele na minha
No exato instante que te desejo...
Deixar que nossos corpos escorreguem alisando-se
Numa dança simples e pura...
Ah...reconhecer no olhar toda loucura
O instinto em nós pulsando
Enquanto no teu corpo entrevejo
Vestígios do mel que sorvo enquanto beijo
Ah...volúpia doida que nos embriaga
Deixando-nos a mercê da vontade
Que desenfreada busca ser saciada
Nas brechas que provoca em toda eternidade
O tempo...sim, o tempo...acomoda-se para nos acolher
Com cerimônia e requintes de antiguidade
Sabendo de antemão, sem desejar esconder
Que o seu preço será o peso da saudade
Nesta dança sem ritmo em que nossos corpos se envolvem
Esfregando-se num frenesi supremo de euforia
bolhas de tensão avolumam-se... explodem
facetando em mil centelhas a mais louca fantasia
multicolorida a nos envolver sem distinção...
Ilude os sentidos, e a nossa razão ludibria
deixando-nos entregues à paixão
que incita o desespero de quem se vivia
Por fim... em definitivo vencidos pelo cansaço
Nos deleitamos até a saciedade...
Lânguidos nossos corpos desfalecidos num terno abraço
Vão aos pouquinhos apoderando-se da realidade
Mal conseguem se recuperar
O ar...parece nos faltar entorpecendo assim o pensamento
Há um vácuo de sentimento a nos rodear
Assolando impunemente nosso deslumbramento
Silencio...alma pulsando em sintonia ao firmamento
Corações palpitando devagar
Pulmões recuperando-se de vez
Corpos modelados compõem bela silhueta em movimento
Harmoniosamente a se enroscar
Reduzindo à materialidade a chama que arde na embriagues
Priscila de Loureiro Coelho
Consultora de Desenvolvimento de Pessoas