ALFINETES À PARTE
Desculpem-me os alfinetes
Mas tem que haver mais habilidade
Do que um mero alfinetar roupas
Não se prendam apenas a isso
Esvazia seu conteúdo, cai na mesmice.
Esfria a alma...
Olhem tantos tecidos que dá cor a vida
E uma cor nova acrescenta tanto.
Entre tantas cabeças, não se preocupe
Se o alfinete certo não apareceu ou
Escandalosamente aquele que encontrou
Não o era... Essa eloqüência
Só alcança seus ouvintes.
Detenha-se previamente ao todo,
Quanta textura nova a experenciar,
Sedas, visco lycra e a meta a que esses tecidos conduzem,
Faça disso um processo evolutivo.
Alfinete sem cabeça desmerece,
Alfinete cego, só se for para tecido avançado,
Alfinete que se prende a alfinetadas desvaloriza o mercado.
Alfinete você pode mudar o efeito que produz sobre a nossa sensibilidade.
Não se perca em uma interpretação do mal como um bem,
Em que o benefício, quem sabe, só mais tarde será visível.
Não entre no império do destino impiedoso,
Ele o torna cada vez mais limitado, e todo sofrimento
Tem que ser sério, pois o mau sofrimento, cada vez mais
Encontra menos mercado... Não seja apenas mais um alfinete
Entre tantas cabeças.
Seja sempre um alfinete que tem tendência para dar outro sentido
Às coisas e compô-las, tanto menos tome em consideração
As coisas do mal e as elimine com serenidade.
Quanto mais esquecido estiver, mais o respeito se acumulará ao seu redor.
Trate apenas de saber o que se entende por seu proveito,
Não se alie ao grosseiro, que o entendera também da forma mais grosseira.
Alfinete exija sempre de você ações não-egoístas.
É possível que dois alfinetes não se entendam de modo algum um com o outro.
Respeite-o como grande personalidade que é afinal é tão alfinete quanto você,
As diferenças são necessárias tanto quanto alfinete de cabeça chata,
Seja leve, até o chato é necessário...