Falência múltipla dos sentidos
Do céu desciam gotas de ácido
Queimando cristãos, evangélicos, ateus
Todos corriam, gritavam de dor
Em ais uníssonos e catastróficos.
Era o fim removendo pele
se aprofundando na carne.
Não havia esconderijo, proteção
Até os mais sãos de mente, ardiam.
O desespero se fez ressoar,
A trombeta se ouvia
cada vez mais alta, e alta, E ALTA,
Tomando todos numa surdez ao som.
o mar começou a se elevar
inundando cada casa construída,
afogando cada ser concebido.
Água empurrada dentro de boca e narina.
Desfalecidos corpos a afundar,
no fundo abissal que se formou
uma luz correu aos olhos, perfurando-os,
a luminosidade fugiu.
Nada mais teve força,
Nem mais um eu
desejou sentir novamente.