Carmencita a cigana:

Carmencita a cigana:

Carmencita...

Dissera-me um dia

Que tu eras uma cigana

Aragana sem casa sem chão.

Andando sozinha por estas plagas

Sem aquecer o banco, onde sentavas.

Por isso não amavas, a ninguém.

Pelo menos era o que se sabia.

Da cigana, Carmencita.

Eu a conheci nesta querência.

Em outras querências lhe encontrei

Andarilha tão sozinha quanto eu

Sem ninguém para amar.

Quando lhe perguntei porque.

Apenas me disse, prefiro assim.

Mas seus olhos diziam ao contrario,

Pois em seu rosto havia tristeza.

E um pranto contido, em sua voz a dor.

De quem perdeu muito nesta vida.

Nada me disse, mas compreendi.

Porque, Carmencita não queria.

Uma querência para morar.

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Carmencita la gitana:

Carmencita...

Me hube dicho un día

Que tú eras una gitana

Aragana sin casa sin suelo.

Andando sola por estas plagas

Sin calentar el banco, donde te sentabas.

Por eso no amabas, a nadie.

Por lo menos era lo que se sabía.

De la gitana, Carmencita.

Yo a conocí en esta querência.

En otras querências le encontré

Andarilha tan sola cuánto yo

Sin nadie para amar.

Cuando le pregunté porque.

Sólo me dijo, prefiero así.

Pero sus ojos decían a lo contrarío,

Pues en su rostro había tristeza.

Y un llanto contenido, en su voz el dolor.

De quien perdió mucho en esta vida.

Nada me dijo, pero comprendí.

Porque, Carmencita no quería.

Una querência para vivir.

Volnei R. Braga

Pelotas: 11/04/2006.