O Fôlego do Ser

© Soaroir de Campos

4/1/09

Eu, como se intrusa grama seca

Desmaranhada das farpas do arame

Da cancela que guarda ovelhas

E das caprichosas altas cercas

Contorno sob a lua as sendas

Passagens, furtivas brechas

Em farfalhas pelo vento norte

Saúdo a vida – esta maior prenda.

Arribo-me do vau dos empecilhos

Enredadas rotas de barro e de silício

Adentro a lama, se preciso, o lodo

Sorvendo gole-a-gole cada brilho

Apesar de ancinhos e de rodos.