Quando o ano termina
Luzes rasgam o céu enfeitando a noite com figuras psicodélicas. Um estouro lança a rolha pelo ar. A espuma encharca as mãos que enchem a taça.
A luz fantasia o breu. Cogumelos gigantes encantam o olhar para ludibriar os sentimentos. Os acontecimentos borbulham. A lembrança, feito taça, vê derramarem-se os momentos que jamais voltarão. A emoção encharca os olhos. O sorriso foge trêmulo do coração apertado... Adeus 2008!
Os gritos eclodem; a música confunde; o álcool entorpece e enfeitiça. “É a felicidade que vem chegando” iludem-se os tolos.
...As luzes se apagam, o silêncio grita que a magia acabou. A felicidade se esvai como as luzes, como a música, como a espuma. A taça fica. Jogada num canto, vazia. O coração fica. Quieto num canto, cheio.
Nada mudou; apenas os números. O céu originalmente negro mira o chão. Os olhos buscam no escuro o brilho falso que se foi. Neste instante, no silêncio, janelas invisíveis se escancaram. Pequenos focos de luz acendem o firmamento, deixando ver a esperança que vive lá dentro. Bem vindo 2009!