Sou... apenas
Fossem minhas letras atreladas a artifícios,
minha inspiração acumularia desperdícios,
esperando pelos momentos que nunca acontecem,
que pecam por omissão e perdem-se no tempo.
Rastreio as possibilidades, inerentes que são do viver,
distribuindo em espaços diversos os tantos versos,
vindos de meu universo ora repleto, ora vazio.
E nos interlúdios sentimentais,
quando o que mais desejo são gotas do nunca mais,
o virtual atinge seu ápice e meu calor derrete esse frio.
Tenho a mim mesmo, choro, sorrio.
Mas sou o que sou, no que penso, enquanto às vezes,
em vezes dispersas, apenas estou.