Destino-pescador

O destino-pescador quis assim atar,

num cupido em forma de anzol

duas iscas simultaneamente neste infinito mar

e arremessá-las no mesmo atol.

Fomos de encontro justamente

em tempos que o comum é: desencontrar.

Não vejo como um infortúnio acidente

uma jóia sublime, que, em minhas mãos vieram parar.

Minhas vistas alcançaram um sentimento ilimitado,

descoberto, e desenhado em orlas de amor.

Bendito seja aquele cupido-pescador!

Que mesmo em tempos ruins, confiou o iscado.

Ferdinando Rodrigues
Enviado por Ferdinando Rodrigues em 27/12/2008
Código do texto: T1354939
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