SER POETA
É arriscar-se no fio da navalha,
equilibrar-se na corda bamba
entre a razão e a emoção.
É arder na alma,
da chama até a borralha,
alternar da felicidade à malamba.
É navegar na linha do horizonte,
da liberdade à solidão,
do silêncio à manifestação.
É passar da quietude à atitude,
da imaginação à realidade.
Entre o corpo e o espírito, ser ponte.
Da sanidade à loucura,
da profundeza escura à pura clareza
do amor ou da imensa dor,
Ser poeta
é buscar, por onde for,
da vida, a sua Beleza !
Lina Meirelles
Rio, 17.12.08