Mares

Os barcos que deixam o cais,

Aventuram-se e deixam o cais,

Nas ondas inseguras, deixam o cais,

Levando as desventuras, deixam o cais,

Nas noites tão escuras, deixam o cais,

Deslizam entre espumas e corais,

Limpando suas dores, funerais,

Deixando os faróis e seus sinais,

Entrando em alto mar, seus cabedais,

Quem me dera deixasse o cais

A tristeza e me perdesse entre águas e florais,

E tudo o que dói, não doesse mais,

Quem me dera desprendesse dos arvais,

E levasse entre as velas, as dores nunca mais,

As dores nunca mais, as dores nunca mais,

Um ponto no horizonte, as dores nunca mais,

Quem me dera pudesse, o adeus do cais...

Tonho França

Tonho França
Enviado por Tonho França em 04/04/2006
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