Mares
Os barcos que deixam o cais,
Aventuram-se e deixam o cais,
Nas ondas inseguras, deixam o cais,
Levando as desventuras, deixam o cais,
Nas noites tão escuras, deixam o cais,
Deslizam entre espumas e corais,
Limpando suas dores, funerais,
Deixando os faróis e seus sinais,
Entrando em alto mar, seus cabedais,
Quem me dera deixasse o cais
A tristeza e me perdesse entre águas e florais,
E tudo o que dói, não doesse mais,
Quem me dera desprendesse dos arvais,
E levasse entre as velas, as dores nunca mais,
As dores nunca mais, as dores nunca mais,
Um ponto no horizonte, as dores nunca mais,
Quem me dera pudesse, o adeus do cais...
Tonho França