DIVAGAÇÃO
Foi numa tarde azul
e grávida de sol.
Beirávamos o mar
a ver o verde vir
nas ondas, e voltar...
Éramos dois, a sós...
E, oh, quanta alegria,
e ternura, e fulgor,
na moldura do dia.
Nos seus olhos havia
um quê fatal de amor,
a matutar poesia.
E dávamos vazão
aos sentimentos lindos,
nobres e mais profundos
das leis do coração.
(Cárcere, 1973)
Fort., 12/12/2008