O Liberne

Um liberne uiva livre nos bamburrais
Rosnando alto por entre os vidoeiros
Como tosco trasgo nos urgueirais
Conspirando contimares verdadeiros.
Um liberne fareja entre as brenhas
Vem brunal, feroz e façanhudo
Falcate e aos lores pelas penhas
Com entono mas muito estranhudo.
Regouga alto na noite relengueira
Deitando-se à paixão da sua maré
Animal bragado na ceifada paveia
Provocando na gente grande babaré.
Sozinho, zoilo, andando à malta
Estreloiçando torgas e fieitos
Aos homens lapuzes sobressalta
Com seus desejos e arros suspeitos.
AnaMarques
Enviado por AnaMarques em 12/12/2008
Reeditado em 12/01/2009
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