Meu primeiro poema
Não foi preciso palavras bonitas
Chegou de soslaio, num estalo
Fez pouso e se instalou na sala.
Fez apelo arrepiando meus pelos
Gritou forte igual recém-nascido
Avisando sua chegada.
O meu peito acelerado virou seu comparsa
Coração boêmio já quis fazer serenata
Em frenesi as palavras se atropelaram
Desalinhado, desatinado
Sem pretensão poética
Apenas palavras.
Ligeiras , matreiras, feiticeiras,
Mágicas palavras sequestradoras da fala
Que não conseguiu acompanhar
O que a pena velozmente escrevia.
Meus descaminhos ficaram no papel.
Me fiz poeta?