Morcegal!

Como um morcegal aberto em vísceras,

Trago pobres rimas nessas linhas míseras,

Contentes de fumo, de drogas, de vício,

Acabrunhado no canto a esperar o solstício.

Aberto fica então, porém não abunda

O sangue pobre estanque de falecimento,

Empodrece a alma já tão imunda,

Que, do corpo, agora, carece discernimento.

Coroado, então, morre.

Espinhas, farpas e faca.

- Traz a terra!

Repara, pois já escorre

O braço que cai da maca.

Morre sujo. Também, pudera!

Daniel Euzébio Pinheiro
Enviado por Daniel Euzébio Pinheiro em 11/12/2008
Código do texto: T1329335
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