JOGO ESTRANHO
JOGO ESTRANHO
E então, seguimos juntos,
aparente reencontro...
Jogo estranho
(quais são as regras?)
Caminhamos sobre um tabuleiro,
pisamos com passos incertos,
ora nas casas brancas...
ora nas casas pretas.
Pensas que me ajudas
a atravessar os rios...
nem vês que, na realidade,
eu é que sempre te busquei,
alma perdida!
Pensas que sou eu
que me apresento a ti,
e flutuas leve
ao meu redor...
Sou uma miragem
daquela que fui e já não sou.
E quem sou...
Quem sou eu?
Enquanto finjo
ser quem eu era,
ganho tempo,
em busca dessa
que agora sou.
Só sei que o que resta,
além da dor- lâmina de aço-
é esse amor absurdo,
amor bizarro,
que joga meu corpo em febre
no cenário do teu abraço,
para preservar minha alma longe,
bem longe de ti,
salva no espaço.