Fábula
Amor, hoje era o dia da nebulosa
Névoa dos meus olhos, falsa rédea,
Do ver e não ver, brisa brilhosa
Limbo do amargo desdizer e sorrir
Amor, hoje cortei-me de azulejos e vidraças
E fui feliz, distraído, enquanto a dor acenava
Amora amarga o riso para mim negado
No amor amorfo de nenhum entusiasmo
Amor, hoje o silêncio era a garganta da Gritaria
Os olhos cedidos no dia em que nasci, arenosos
Senti amor,amor e a busca na tarde esvaindo
O pulsar descontente do sangue que me fervia.