Aroma de rosas e espinho de flores.

Não sei que momento de devaneio

Veio ao meu ser tão lúcido

Que por um segundo pensava ver

Aquele anjo, de pele aveludada,

Sorriso como o sol a nascer,

E outras loucuras de românticos

Sem raciocínio lógico,

E derrepente, eu pude ver,

Há sim, eu vi...

Vi escondido, na pele de cordeiro, um lobo,

Faminto, sedento, procurando à presa.

Não vi mais seu sorriso,

Via seus lábios apenas,

Grossos e vermelhos, parecia que

Em cada movimento deles, letamente,

Clamavam palavras de desejo.

Seu corpo exalando um calor tão intenso

Que me deixava boquiaberto, fazendo

Eu acompanhar cada movimento seu.

Ela me tinha em mãos,

Assim como teria o mundo se o quisesse.

Como não reparei que havia

Tanto desejo e sedução

No aroma de uma flor tão delicada.

Achei que sabia algo sobre rosas,

Vejo que não sei nada.