INTEIJEIÇÃO
Quando eu te telefonar,
não repares no diálogo
desconexo, reticente...
As palavras só refletem
meu estado de delírio
e a minha perplexidade.
Ouvir-te a voz confortante,
teu timbre terno e canoro
- eis meu indizível êxtase.
Quanta magia e ternura
numa interjeição se esplendem,
aquele teu "oi!" sublime...
Ouvindo-te a voz de nume,
até dissipo os bloqueios
que me vão no dia-a-dia.
Teu "oi!", querida, ao fone,
soa qual seja um poema,
sílaba-síntese: música.
Fort., 27/11/2008