Abelha-rainha

A vida não seria tão bela

Se à noite, a luz da vela

Não iluminasse o mais belo corpo

Que um fino manto cobria a pele

E ela, fado dos anjos e tez das fadas

(Que) dava alma àqueles poucos panos

Cobria meu olhos com um amor encantado

Banhando-me com o mais puro calor refrescante

Vi-me criança novamente

E com os olhos brilhando em lágrimas

Senti a liberdade no fundo do peito

Só me restava amar

Só amor eu pude

(Ela) dourava as paredes como uma abelha-rainha

E mesmo com aquele olhar de "apenas olhe"

Me servia com seu maior tesouro, o seu mel

E eu provava-o como fosse minha última ceia

Deixei tudo me persuadir

E deixei de persuadir tudo

Meus olhos já de nada serviam

Diante as explosões tranquilas e silenciosas

Que existiam em nossos corpos

Algo dentro de mim renascia

Algo dentro de mim me movia

E como em nossas vidas, nada (ou tudo) nunca acaba

Só me restando amar, só amar eu pude