Na sombra de Deus

Vou contar-lhes uma história

De um sujeito peculiar

Buscava Deus de tal forma

Que impossível era não encontrar.

Um sujeito repleto de insegurança

Às vezes enfático, às vezes disperso.

Foi nesse momento que um oceano de dúvidas

Ligeiramente o deixara submerso.

Medo, discórdia, respeito e confusão.

Abalaram um ser humano, como qualquer um, falível.

Quando trocara o justo pelo incerto

Permanecera na linha do mais plausível.

“É burrice”, dizia a si mesmo.

‘‘Melhor parar e apenas seguir’’.

Mas seguir o que, afinal?

O sujeito mal sabia para onde ir.

Quando via que uma tempestade se aproximava

Rapidamente corria pros braços de Deus.

Mas nos momentos mais propícios, sempre ouvia:

“Filho, porque não usar os seus?”

Depois de tanto pensar

Descobriu que nada aprendera.

Só restara de novo mergulhar

No oceano que um dia o vencera.

Observou a vida como um livro infinito

Com letras em preto e branco.

Pedira a Deus que compreendesse

E o perdoasse por ser tão franco.

Não queria Deus como um simples vislumbre

Queria Deus como uma parte de si;

Um amigo veterano e sincero

Que o acompanhasse numa dessas viagens por aí.

Mas a história distorce a imagem

Da ‘Figura’ central do universo

O maior mistério da humanidade

Não pode ser descrito num simples verso.

Deixo aqui pra ele que pode ser só o começo

E que por tudo isso não se deixe levar.

Se esse sujeito vai encontrar a resposta, não sei,

Mas a busca pela Verdade há de continuar.

Heitor S
Enviado por Heitor S em 12/11/2008
Reeditado em 12/11/2008
Código do texto: T1279677
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