Na sombra de Deus
Vou contar-lhes uma história
De um sujeito peculiar
Buscava Deus de tal forma
Que impossível era não encontrar.
Um sujeito repleto de insegurança
Às vezes enfático, às vezes disperso.
Foi nesse momento que um oceano de dúvidas
Ligeiramente o deixara submerso.
Medo, discórdia, respeito e confusão.
Abalaram um ser humano, como qualquer um, falível.
Quando trocara o justo pelo incerto
Permanecera na linha do mais plausível.
“É burrice”, dizia a si mesmo.
‘‘Melhor parar e apenas seguir’’.
Mas seguir o que, afinal?
O sujeito mal sabia para onde ir.
Quando via que uma tempestade se aproximava
Rapidamente corria pros braços de Deus.
Mas nos momentos mais propícios, sempre ouvia:
“Filho, porque não usar os seus?”
Depois de tanto pensar
Descobriu que nada aprendera.
Só restara de novo mergulhar
No oceano que um dia o vencera.
Observou a vida como um livro infinito
Com letras em preto e branco.
Pedira a Deus que compreendesse
E o perdoasse por ser tão franco.
Não queria Deus como um simples vislumbre
Queria Deus como uma parte de si;
Um amigo veterano e sincero
Que o acompanhasse numa dessas viagens por aí.
Mas a história distorce a imagem
Da ‘Figura’ central do universo
O maior mistério da humanidade
Não pode ser descrito num simples verso.
Deixo aqui pra ele que pode ser só o começo
E que por tudo isso não se deixe levar.
Se esse sujeito vai encontrar a resposta, não sei,
Mas a busca pela Verdade há de continuar.