Código Morse

Eu sou o odor da minha pele.
Cheira-se com a língua.
Chora-se com a boca na boca.
Os olhos mudam de cor.
Escutam-se dois a dois.
Entendem o silêncio
Do código morse da dilatação
Das pupilas.
As mãos desvendam os esconderijos
Dos corpos, velando segredos.
Uma ventania corre pelos nervos
Sem reservas.
Frémitos e febre em fusão crescente.
O grito do ventre propaga-se
Por uma senda de pólen
Até aos confins recônditos
De nós.







AnaMarques
Enviado por AnaMarques em 11/11/2008
Reeditado em 12/01/2009
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