AS SEMENTES

AS SEMENTES

Não há nenhum espaço vazio,

mas a inquietação ronda,

esgueira-se,

em busca de execrar o tédio,

aquele mesmo:

inexpressivo e tenebroso,

feito das caliças da alma

e que aparece no meio da noite.

Um poema pelo avesso,

uma resposta vazia

que veio antes da pergunta.

Ter tudo

e querer mais

é o mais prosaico dos anseios

que espera remissão.

Entre o riso e o pranto – o pesar

pelas sementes que não germinaram.

Basilina Pereira

Basilina Divina Pereira
Enviado por Basilina Divina Pereira em 06/11/2008
Código do texto: T1269650