AS SEMENTES
AS SEMENTES
Não há nenhum espaço vazio,
mas a inquietação ronda,
esgueira-se,
em busca de execrar o tédio,
aquele mesmo:
inexpressivo e tenebroso,
feito das caliças da alma
e que aparece no meio da noite.
Um poema pelo avesso,
uma resposta vazia
que veio antes da pergunta.
Ter tudo
e querer mais
é o mais prosaico dos anseios
que espera remissão.
Entre o riso e o pranto – o pesar
pelas sementes que não germinaram.
Basilina Pereira