Hasufel, o mouro
Crina luzidia
Pelo vento espalhada...
Negra fiada,
Entre o áspero e o suave...
Corcel mouro,
Gracioso como uma ave,
Em seu galope orgulhoso,
Só te faltam as asas para voar...
Com teus doces olhos castanhos
Ficas a me mirar,
Antes de me levar
Em um galope vertiginoso...
Velho amigo,
Companheiro fiel...
Te batizei de Hasufel,
Mas te insistem em te chamar de "mouro".
Dei-te nome tolkeniano,
De cavalo rohirrim...
É isto que és pra mim:
Nobre corcel guerreiro,
Que trota garboso.
Manso e prestativo,
Leal e manhoso...
Rei entre cavalos,
Ao levar a mim,
Sua humilde senhora,
Ao por do sol a cavalgar...
Nessas horas somos um só,
O tempo pode até parar...
Pois o corcel e a amazona
Desafiam o vento,
Em uma louca disparada...
Não querem nem saber onde terminará a jornada...
Apenas usufruem da sintonia,
Da amizade...
Que em breve se tornará saudade,
Quando pra cidade (a contra gosto) eu voltar.