A Fênix
Em um ninho,
Na escarpa mais agreste,
Feito com madeira perfumada,
A fênix, agonizante,
Aguarda a hora tão esperada...
Um breve suspiro,
Um último trinar...
Tomba-lhe a cabeça,
O corpo amolece...
E uma explosão acontece,
Após o derradeiro expirar.
O ninho se torna pira.
A pira, consome a carne.
A carne se torna cinza.
A cinza origina o ovo.
E começa um ciclo novo,
Antes da noite se iniciar.
Rompida a casca,
Mal esfria a cinza...
Emerge a fênix,
Novamente jovem,
Novamente linda,
E se põem a cantar.
E ela canta,
Expondo sua glória ao poente,
Encantando o mundo com uma nova paixão nascente...
Fagulha da criação,
Que tudo inicia
E que um dia irá terminar.
Mas ignoremos esse possível e distante fim...
E deixemos a jovem fênix cantar.