Beleza castigada.
Onde está a vossa beleza,
tão pobrinha, tão surrada,
doce beleza feminina?
O que fizeram das trovas,
das cantigas, das canções
à beleza feminina?
Ah, mulher tão espiritualizada,
divina, santa, causa de conflito
ao barroco homem de épocas esquecidas.
Ah! Nizes e Marílias,
o que fazem os Dirceus
e Glaucestes de hoje em dia?
Porventura estão eles
colhendo flores, louvando a Pã,
tecendo versos na Arcádia,
cantando o amor?
Ah! Mulher romântica,
onde estás? Por ti choravam, gritavam,
adoeciam e morriam homens por amor.
Ah! Que realismo que sufoca tua beleza
que subestima tu`inteligência!
Olhem, não deixai!. Olhem, não deixai!
Ah! Nasce nesses tempos a Flor bela
e Espanca a poesia masculina insidiosa,
poesia vil, sulfurica e senil.
Entre os modernos, até que enfim
o descalabro, a ruptura,
as mulheres no cenário enfim.
Mas, afinal de contas...
O que aconteceu com a beleza
inexorável, tão adorada entre os tempos,
tão venerada e idolatrada?
O que fizeram à beleza feminina
em nosso tempo pós moderno?
Será que só sobraram cachorras,
popozudas,piriguetes ao fim?
Creio que não, mas confesso que estou farto
dessa depreciação a vós mulheres,
fonte de inesgotável inspiração ao longo dos séculos.