CUMPLICIDADE

CUMPLICIDADE

Vaga música martela meus ouvidos,

quebrando um silêncio que não era de ouro

mas valia cada nota

que deixava de ecoar.

E o relógio buscava a hora presente,

aquele lapso de tempo

enroscado em si mesmo

que ao piscar de olhos...

já não é mais.

Mergulho no vazio pleno

de minhas perguntas

que, de tão abstratas evolam-se no ar.

Por que é mesmo que escrevo?

Por falta de outra coisa ou por um chamado ancestral

que me dita o ritmo das palavras

alheio a suas melodias e abstrações?

Volto ao ponto de partida

e lá está o violino plangente

que nem grita e nem se cala...

a noite deveria ser um tapete

a embalar o beijo das almas.

Na parede, um espelho baço

me sugere cumplicidade.

Basilina Pereira

Basilina Divina Pereira
Enviado por Basilina Divina Pereira em 17/10/2008
Código do texto: T1234410