DO ÚTERO AO AGRADÁVEL
Nascimento, ponto de partida,junta-se pedaços, lambe-se feridas
joga-se não sei onde tal úmbigo, inicia processo vida/desvida,
Vôo/vôo rasante, vôo radical,na beira do horizonte (coisa e tal ),
Acomodam-se neurônios, depois desmancham-se em vão,
se a alma for pequena,cabeça arquitetando teorema,
troco inodoro,membros amorfos, o que fazer da insipidez que devora.
Batalões humanos se devoram, perdem identidade,
nem por isso, choram.
É matança/rapto/sequestro e a mídia registrando palmo à palma,
não publicando minha "Declaração dos Direitos do Mar",
meus protestos contra um mundo aquinestésico.
Segue procissaõ de carne/sangue/suor/e nervos
obedecendo a contragosto, à cabresto, ditames, regras e conceitos.
Prosaico salientar, disputa por elevadores, luta pelo supérfluo,
náusea pela inveja, e a indefectível paranóia pelo sexo.
Depois, lamber feridas e aos empurrões exercitar a vida,
luta insana, de quem chegar primeiro
sem escorregar na casca da banana, podre.
Então, seguir acomodada no Olimpo Tropical,
tal qual gordo açougueiro que come a carne ,
sem matar o boi e nem por isso passa mal.
Fico estática no meio do caminho,
se observo a turba, cortam/esmigalham,
se corro junto, me enxergam na disputa,
ninguém, então me dá sossego, filhos da puta,
da puta vida.
Que nojo aos trambulhões entrar nesta olímpiada,
que nem de longe, pensou-se disputar, um dia.
O resto vomitará idéias,dependurados no mecenato estatal,
escreverá leis, sem cumpri-las, jamais
apregoarão mofadas e desbotada ideologias,
sem se emendarem, jamais.
Deitados , viverão, eternamente com pompa e circunstância,
tontos pela própria natureza, venderão realeza a reis,
ou a qualquer otário/freguez.
Que nojo ! eterno discurso que não mudará o curso
deste andor perdido, pois se alguém der o primeiro passo :engolido.
Puta vida, vida de amargar,
do útero cheguei,do agradável nem é bom falar.