A fonte
Escada de três lances,
Antiga, tortuosa...
Leva a um portão,
Tomado por rosas...
Selvagens,
Que no ferro pelo tempo roído
Vem se entrelaçar...
O que o velho portão pode ocultar?
Qual o segredo de um lugar onde parou o tempo?
Nos muros de tijolos rosados sussurra o vento,
Respondendo a trinados,
Que vem de algum lugar...
E então?
Tens coragem de ali entrar?
Pede licença as rosas,
Que elas se afastam...
Os portões hão de ranger,
Mas se abrirão...
Basta apenas pedir,
Com educação...
Apenas pedir,
Jamais o forçar...
Segue o caminho,
Respira sossegado...
Um caramanchão de madressilvas
Perfuma o ar...
Todo caminho é um belo relvado,
Onde os animais vem te saudar...
E após findar esse longo caminho,
Abrir-se-a um imenso jardim,
Florido, repleto de cores,
Cheio de flores sem igual,
Onde verás um templo sem teto,
Reluzindo ao sol...
Alvas colunas,
Que cercam algo nunca tocado pelo mal...
Encanta teus olhos
Com a fonte sagrada,
Que transforma a dor, tristeza e solidão
Em um bálsamo que pode curar.
Nesse jardim não existe lamento...
A alegria está nos pássaros,
No canto,
No vento...
Existe uma sensação de eterno bem estar...
Molha tuas mãos,
Lava tua fronte...
Bebe da água da fonte,
Deixa a dor te abandonar...
E quando abrires os olhos,
Verás um novo mundo...
Um mundo onde te encantas como criança,
Um jardim de sonho e esperança,
Onde fadas dançam,
Bardos cantam
E unicórnios vem brincar.