Eu vejo o tempo passar, pelas janelas
Atemporais, e vai-se desfiando
A espera anódina pela melhora dos dias
Pelo frescor que a noite sopra,
Inda que insone o remexer do corpo desperto.
De certo, o tempo vira aranha, tecendo
A renda obscura da inevitável
Decadência.
Minha fotografia aos dezenove anos
Oficialmente estampada, Previdência Social
Dardeja olhares de melancolia
Sobre estes quarenta e sete anos
Mais da metade desta maratona vazia.
O tempo me açoita, meus símbolos morrem
porque eles tem que morrer
Mas não quero!
Ah! dói como chaga da fé cristã
A velha casa vazia, a infância sepultada,
Os aniversáriosperdidos,
As crianças desencantadas e adultas.
O tempo pare lágrimas, jamais consola
O tempo é tudo o que nunca aprendemos
Na escola
Porque os mestres morreram
Antes de nos ensinar.
Eu vejo o tempo passar
Mas ele me ignora,
Por que deveria me encarar?
Tricoto minha vida possível, neste hoje que é agora
Amanhã, bem de manhãzinha
Acordo
Para ver o tempo passar.
Atemporais, e vai-se desfiando
A espera anódina pela melhora dos dias
Pelo frescor que a noite sopra,
Inda que insone o remexer do corpo desperto.
De certo, o tempo vira aranha, tecendo
A renda obscura da inevitável
Decadência.
Minha fotografia aos dezenove anos
Oficialmente estampada, Previdência Social
Dardeja olhares de melancolia
Sobre estes quarenta e sete anos
Mais da metade desta maratona vazia.
O tempo me açoita, meus símbolos morrem
porque eles tem que morrer
Mas não quero!
Ah! dói como chaga da fé cristã
A velha casa vazia, a infância sepultada,
Os aniversáriosperdidos,
As crianças desencantadas e adultas.
O tempo pare lágrimas, jamais consola
O tempo é tudo o que nunca aprendemos
Na escola
Porque os mestres morreram
Antes de nos ensinar.
Eu vejo o tempo passar
Mas ele me ignora,
Por que deveria me encarar?
Tricoto minha vida possível, neste hoje que é agora
Amanhã, bem de manhãzinha
Acordo
Para ver o tempo passar.