A afogada

O rosto estático,

O olhar vazio...

A tez pálida onde adeja o frio,

De quem a morte veio visitar...

Cabelos espalhados,

Em rubro leque...

Espirais de água a neles resvalar...

A expressão ausente,

A boca entreaberta,

As mãos relaxadas,

Ao nada agarrar...

Beleza mórbida a espera,

De quem a descubra

Ao chegar da alvorada,

Se o mar não a arrastar...

Mel e amônia,

Lixa e plumas,

Dor e prazer,

Na carcaça vazia a flutuar...

Existência apagada,

Vida negada...

Assim flutua a afogada...

Ninguém sabe sua história...

E ninguém quer contar.

Zannah
Enviado por Zannah em 08/10/2008
Código do texto: T1218337
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