A Morte e o Arcanjo

O Arcanjo se aproxima,

E levemente se inclina,

Para a Morte beijar...

Mas essa bela dama,

Senhora de vasta terra,

Escapa entre seus dedos...

Foge e se encerra,

De modo que suas peles,

Não possam se tocar...

Afinal, a Morte transita entre os mundos,

Conhece o céu, o limbo e o inferno...

É esse o seu lidar.

Conhece o preço de amar um puro Arcanjo,

Que é tão perto e,

Ao mesmo tempo,

Tão longe estar.

As energias que os moldaram,

Em um simples toque,

Poderiam a criação anular...

Por isso a Morte, pálida dama,

Escapa dos braços do Arcanjo,

Renega o beijo inocente,

Afasta a tentação...

Mesmo que isso seja sofrimento sem redenção...

Ela não pode fraquejar.

Ela é uma dama tão austera,

Parece tão insensível e desespera,

Todos aqueles por quem passar...

Morte, uma mulher esplendorosa...

Mas apaixonada por um Arcanjo...

Que não pode amar.

Por isso seu ar sempre triste,

Sua face a esconder sob máscara terrível,

Para se tornar temível,

Não uma pálida e linda mulher a deslizar.

Carregando sua foice de prata em riste,

Esta dama de negro, sempre triste,

Observa ao longe o Arcanjo cantar...

E ele canta...

Por um amor que não pode se realizar.

Zannah
Enviado por Zannah em 03/10/2008
Código do texto: T1210279
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