Da manhã ao desalento
A noite rubra finalmente adormece.
A manhã surge, trazendo esperança.
O dia é um adormecido jardim
onde plantei todas as minhas lembranças.
Há vida, porém, neste jardim que dorme
mesmo sob o sol esplendoroso que corre.
Sei que vou viver na expectativa da espera.
Sei que sobreviverei à ansiedade de te ver...
Visto-me de flor desse jardim.
Quem sabe algum perfume sintas no ar,
da noite insone que tivemos?
O dia é um pêndulo lento
caminhando indiferente
à minha dor e ao desalento.
Onde estou, onde estás,
na tênue passagem
de nosso escasso tempo?