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Desalinho o pensamento

dos nossos dias de amor,

do tilintar das esporas,

sem precisar dia ou hora,

dos nossos quartos de lua

e, por sob arreios, eu núa.

Pelas garupas da noite

separamos nosso pasto,

entre o destino e à lo léo

apagamos nosso rastro

desencontramos o passo

na salamanca do céu.

Mas, não aceito de volta.

o que sempre foi de dois,

nossos livros, nossos discos,

o perdigueiro e a guaiaca

ou as chilenas de prata,

a casa do jõao de barro

e o tapete gateado.

Seriam tristes recuerdos,

se voltassem para mim,

a acordeona, a viola,

ou o pala de cetim,

nosso cavalo tordilho

e a gata sempre no cio.

Nossos segredos tu guardas

nos grilos de outra consciência,

nossos pessuelos enterras

no pasto de outra querência,

- Se o Sonho já terminou

e dele, nos acordamos,

só quero que me devolvas

os beijos que nos trocamos.