OCEANO INTERIOR
Quem diria, poder ouvir dizer:Meu mar/mundo e alento,
por mais que às vezes te evite, de tí não me desprendo,
e se, marzão, razão da minha vida, chamares um dia,
quem jura que não vou,
Sei lá o que provoca anseio indecente
quando ensimesmada, longe de tí,
meu coração inflama e arde, tal qual fogueira incandescente.
Heresia , dentro de tí me fazer doce/alada/passional
estado-de-graça e sentimental ?
Contigo, já não abrigo ódios e decepções
rancores e profanações.
À beira mar purifico a alma, reabro o coração,
etérea, ilibada em permanente estado de paixão
Longe de tí, transporto mergulhar contido e tonto,
frente a turba insana em constante procissão
de conceitos/regras e pré estabelecidos.
E o Mampituba ?
O Mampituba este cretino rio, entrando em tí se insinua,
serpenteando e alardeando um orgasmo febril
agora, resgatado, na estravasão do cio.
Atônitos e enciumadas, delfins e sereias,
recatados nirvais, jogam-se na areia.
Quanto a mim, repilo tudo e tudo o mais
que surge alhures teu seio e cenário,
teu gosto salgado e energia molhada.
Me morro e acabo em suicídio lento ,
se por algum momento, eu inamovivel
me arrebatarem de tí.
E entre o pavor de nunca mais estar contigo
e existir metade/antes que seja tarde,
implodirei meu oceano interior, devagarinho,
entreverada em vagas marinhas e, sem alarde.