OCEANO INTERIOR

Quem diria, poder ouvir dizer:Meu mar/mundo e alento,

por mais que às vezes te evite, de tí não me desprendo,

e se, marzão, razão da minha vida, chamares um dia,

quem jura que não vou,

Sei lá o que provoca anseio indecente

quando ensimesmada, longe de tí,

meu coração inflama e arde, tal qual fogueira incandescente.

Heresia , dentro de tí me fazer doce/alada/passional

estado-de-graça e sentimental ?

Contigo, já não abrigo ódios e decepções

rancores e profanações.

À beira mar purifico a alma, reabro o coração,

etérea, ilibada em permanente estado de paixão

Longe de tí, transporto mergulhar contido e tonto,

frente a turba insana em constante procissão

de conceitos/regras e pré estabelecidos.

E o Mampituba ?

O Mampituba este cretino rio, entrando em tí se insinua,

serpenteando e alardeando um orgasmo febril

agora, resgatado, na estravasão do cio.

Atônitos e enciumadas, delfins e sereias,

recatados nirvais, jogam-se na areia.

Quanto a mim, repilo tudo e tudo o mais

que surge alhures teu seio e cenário,

teu gosto salgado e energia molhada.

Me morro e acabo em suicídio lento ,

se por algum momento, eu inamovivel

me arrebatarem de tí.

E entre o pavor de nunca mais estar contigo

e existir metade/antes que seja tarde,

implodirei meu oceano interior, devagarinho,

entreverada em vagas marinhas e, sem alarde.

xirua
Enviado por xirua em 13/09/2008
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