Sono

Lento e desorientado

dos quilos que as pálpebras pesam

junto de meu bocejo alado

das vontades que a preguiça despreza

os olhos que agora fechados

procuram um afago que teça

os fios dos sonhos de meu bordado

nos personagens de minha própria peça

falecidos quando eu estiver acordado

que ao noturno teatro regressam

meu sublime silêncio adorado

para o descanso eu não tenho pressa.