DISSONÂNCIAS

Primeiro me debato,

Depois, me decido e desando a desabafar.

Deslizando no colo da noite

Descubro doidos segredos

Que o dia não pode saber.

Cavalo alado de minhas divagações

Em galope desvairado deixas no ar

As marcas do teu destino.

Chegas derrubando defesas

Mirando temores,

Provocando tremores

Desfazendo dúvidas e indagações.

Tua conquista é um desafio,

Tua presença, promessa descumprida

Teu chegar decompõe o medo

Doloroso,

Porque destituído de disfarces.

Desvendo um sentir distante

Não definido, desconhecido, diferente,

Desintegrado do hoje, agora,

Prenhe só de depois, amanhã.

Mesmo assim muda o tempo

A ordem dos dias tão iguais

Deforma a forma devida,

Decresce o desejo de ir

Deixa dívida com o silêncio

Devasso, delituoso, denodado,

Acanhado e descomposto

Virtuoso e desnudado.

Deparando com desencontros

Cavalgo em teu dorso, cavalo alado

Dividida entre

Desventuras e desencantos.

Considero nossos descaminhos

Desamarro rastros dissonantes,

Me desfaço em desapegos

E me sinto tão livre

De desenganos e decisões.

Só então

Desperto de meu desvario

Para depois recompor

As marcas de meu destino.

Zel Soares
Enviado por Zel Soares em 31/08/2008
Código do texto: T1154979
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