DISSONÂNCIAS
Primeiro me debato,
Depois, me decido e desando a desabafar.
Deslizando no colo da noite
Descubro doidos segredos
Que o dia não pode saber.
Cavalo alado de minhas divagações
Em galope desvairado deixas no ar
As marcas do teu destino.
Chegas derrubando defesas
Mirando temores,
Provocando tremores
Desfazendo dúvidas e indagações.
Tua conquista é um desafio,
Tua presença, promessa descumprida
Teu chegar decompõe o medo
Doloroso,
Porque destituído de disfarces.
Desvendo um sentir distante
Não definido, desconhecido, diferente,
Desintegrado do hoje, agora,
Prenhe só de depois, amanhã.
Mesmo assim muda o tempo
A ordem dos dias tão iguais
Deforma a forma devida,
Decresce o desejo de ir
Deixa dívida com o silêncio
Devasso, delituoso, denodado,
Acanhado e descomposto
Virtuoso e desnudado.
Deparando com desencontros
Cavalgo em teu dorso, cavalo alado
Dividida entre
Desventuras e desencantos.
Considero nossos descaminhos
Desamarro rastros dissonantes,
Me desfaço em desapegos
E me sinto tão livre
De desenganos e decisões.
Só então
Desperto de meu desvario
Para depois recompor
As marcas de meu destino.