Vaso da ilusão

Maldito é meu coração, carente e poeta...

Que sempre anseia por míseras migalhas de afeto.

Maldito é meu coração, dependente e idiota...

Sempre alumbrado pela falsa beleza do amor,

Beleza que vive se pondo, e indo embora.

Maldito é o delicado e entorpecente véu do querer,

Que se rompe num traço indelével de tormenta.

Maldita é a pureza mentirosa do amor,

Glória jubilosa que degenera em fracasso.

O amor é um lampejo de graça que inebria,

Torrente apaixonada de veneno e angústia,

A vida que outrora me inundava de luz,

E a morte que agora se derrama em meu ser.

O amor é um coro de arcanjos dentro de nós,

Uma estrela a cintilar alegria na alma,

É o começo e o fim de toda paz,

A espera ácida e noturna por quem não vêm,

É a esperança estilhaçada do vaso da ilusão.

Thiago Cardoso Sepriano

ThiagoCardosoSepriano
Enviado por ThiagoCardosoSepriano em 27/08/2008
Reeditado em 25/02/2009
Código do texto: T1149418
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