Abrigo Luminoso
Naquela tarde de primavera
O que se imprimiu nos meus olhos incrédulos
Não foi o gracejo dum vôo delicado
Nem asas que coloriam o vento vazio
Vagalhão!
A intensidade da dor
Converteu o corpo leve
Num nó compacto e grotesco
Ela voltava a ser o que
Existia antes da beleza
Já não era aquela Farfalla ligeira
Que estendia as asas ao infinito
O que ela precisava agora
Era estar envolta naquele casulo de luz
Que estava reservado há tanto
Para quando a claridade lhe faltasse
Um abrigo firme que a esperava desde sempre
Para todo o sempre
-A única Farfalla que me saltou viva-