Abrigo Luminoso

Naquela tarde de primavera

O que se imprimiu nos meus olhos incrédulos

Não foi o gracejo dum vôo delicado

Nem asas que coloriam o vento vazio

Vagalhão!

A intensidade da dor

Converteu o corpo leve

Num nó compacto e grotesco

Ela voltava a ser o que

Existia antes da beleza

Já não era aquela Farfalla ligeira

Que estendia as asas ao infinito

O que ela precisava agora

Era estar envolta naquele casulo de luz

Que estava reservado há tanto

Para quando a claridade lhe faltasse

Um abrigo firme que a esperava desde sempre

Para todo o sempre

-A única Farfalla que me saltou viva-

Talita Fernanda Sereia
Enviado por Talita Fernanda Sereia em 21/08/2008
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