Palavras bumerangue
É uma noite fina, fria e saudosista
Em desespero, pedaços de mim ecoam
Aquelas palavras refrescam a minha memória viva:
Eu te amo, eu te amo, eu te amo...:
Pendular.
Como se eu fosse um relógio-cuco
Badalando a minha saudade.
Sou um pedaço de nada revestido em dor partida...
Somos pedaços que se buscam
E brigam com a geografia
Aqui, na minha distância
É uma noite fria, fina e melancólica
Lá se escondem os maiores tédios e murmúrios
De ventos passados.
Sou uma porção de relva
Descoberta por um veleiro antigo
Atracado num cais em descaso.
Somos pedaços que se buscam
E brigam com o coração.
Em desespero, pedaços de mim ecoam...
Todos os versos que eu jamais recitei
Em vão
Sem sua presença.
A minha boca, sêde pelo teu ouvido
A minha boca peca...
Meu corpo penando a tua saudade.
Meu corpo pesando nas nossas fantasias
Amor, amor, amor...
Ecoando, pendularmente...
Como um relógio-cuco desesperado.
Meu coração badala...
Já sem grande desespero,
Ou medo,
Ou tragicidade.
Pensa, sente, se deixa dormir no peito...
À queima-roupa você me atira suas palavras-bumerangue:
Eu te amo, eu te amo, eu te amo....
Elas voltam de mim, mas eu não posso dizer.
Por ti, pelas lágrimas.
Pela geografia
Pela saudade
Por indignação e respeito...
Mas, em desespero, em mim, de mim ecoam...
A minha boca: sêde...
Seca da ressaca doce das visões que tive
Da tua luz.
Meu desespero badala, no coração confuso e frágil.
Já não sou mais uma menina,
Nem um verso.
Somos uma música uníssona,
Em busca de nossas notas complementares.
É uma noite escura, enluarada entristecida.
È uma noite,
Uma cama king size,
Dois travesseiros
E a minha cabeça:
Olhando... o teto, o teto...
Como se ali estivessem todas as respostas.
A minha boca: sêde...
Seca da ressaca doce das visões que tive
Da tua luz.
Meu desespero badala, no coração confuso e frágil.
Já não sou mais uma menina,
Nem um verso.
Somos uma música uníssona,
Em busca de nossas notas complementares.
É uma noite escura, enluarada entristecida.
É uma noite,
Uma cama king size,
Dois travesseiros
E a minha cabeça:
Olhando... o teto, o teto...
Como se ali estivessem todas as respostas.
Mas a resposta mora ao lado:
O travesseiro, descoberto.
O espaço transtornado, dos meus braços vagos em busca do teu peito
Que badala...
Eu te amos.. bumerangues...
Vêm e voltam,
Voltam, vêm, e são...
Eu te amos...
Vindos de mim;
Vindos de ti.
É urgente amar você