OLHAI O BAMBUAL NA COLINA

(Esse poema foi inspirado em um sermão do Pe. Jonas Abib, que vi há alguns anos pela emissora de TV Canção Nova).

Na encosta da colina verdejande,

Tendo ao fundo a cortina azul celeste,

Um tufo de bambus se sobressai.

Sereno, ele sabe que não cai

Mesmo que um vendaval lhe aplique um teste.

Suas raízes, fortes e profundas,

Garantem seu sustento e firmeza.

Seguro mesmo em meio às tempestades,

Vencendo todas as dificuldades,

Mantém o seu vigor, sua beleza.

Resoluto e constante, o bambu busca as alturas

Prosseguindo sempre certo dentro do itinerário.

Singelo, embora tenha porte altivo,

Desprovido de orgulho, ele é receptivo

E está pronto a curvar-se se assim for necessário.

O bambu não é sozinho: vive em comunidade.

No entanto, não cria galhos: envolve-se sem apêgo.

E na verticalidade, a cada etapa vencida,

Ele recebe um sinal da experiência vivida.

Ao passo que amadurece inspira calma e sossêgo.

Durante cinco anos dormiram as sementes

E então parecia nada acontecer.

Mas no seio da terra, no silêncio, em surdina,

Atuava a incessante e vital lei divina

Que faz a seu tempo a vida resplender

O Amor permea a forma de cada ser que respira.

Olhai o bambual na encosta da colina!

É a Vida universal que se verte e se traduz,

Agora se expressando na touceira de bambus,

Que está bem onde a pôs a Mão Divina.