Mentiras do peito
Tum, tum! Tum, tum!
É isso o que os ouvidos conseguem perceber.
Mas no silêncio, o coração é hiperativo e impulsivo.
Nunca fica quieto.
Age sempre sem planejar.
E como se fosse de todo feminino,
reconhece a prosa, mas é apaixonado pela poesia.
O coração fala com a gente.
Sussurra pela manhã na hora do banho.
Ou grita histérico à noite antes do sono.
Mas sua voz nunca é filha do vento.
Com uma única palavra,
é capaz de formar lágrimas desapercebidas.
Ou então, criar risos incontidos
só para depois desfazê-los.
E nós, ingênuos, apreciamos tudo encantados.
Para assim, vivermos entre o pranto e a graça.
Sem jamais entender os enganos do coração.
Cabreira