A MULHER EM SI

Corre nela, em cada veia,
o sangue quente dessa mesma mulher
que verte lágrimas na lua cheia,
sempre pronta para o que vier!

Mas se não veio, ela não chora.
Ela vislumbra e ainda implora,
tecendo preces assim, calada,
fingindo sorrisos, ofuscada,
imersa na ausência que dói.

A mulher em si se constrói.
Transita por noites desabitadas,
desmancha camas arrumadas,
enquanto a solidão a corrói.




 
MORGANA CANTARELLI
Enviado por MORGANA CANTARELLI em 27/07/2008
Reeditado em 07/03/2019
Código do texto: T1100530
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