No silêncio da noite...

É no silêncio da noite que o mundo se mostra como é.

A noite revela os vícios que, à luz do sol, todos querem soterrar.

Soterrar debaixo de modos e jeitos de andar.

Soterrar debaixo de gestos e frases prontas.

É toda uma vida para inventar, à luz do dia.

E à noite, uma vida inteira para desnudar.

No escuro, na ausência de luz, quem bebe, é você.

Quem fuma, é você.

Quem rouba, é você.

Quem cheira, é você.

Quem mata, é você.

Mata o quê? Só você.

Tudo à noite.