HISTÓRIA DE MENINO
Sobre o pé do cajueiro
eu me deitei...
e o cheiro do fruto
maduro no pé
impregnava.
Olhava aquelas folhas
verdes, os galhos
entrelaçados...
e o pássaro que da velha
árvore fazia o seu ninho.
As mãos sobre a minha testa
eu tapava o brilho que se
fazia atrás do morro...
o céu totalmente azul
degradeava com o ouro do
pôr do sol que se fazia.
O meu cão Coronel que
abanava o seu rabo
de alegria...
enquanto eu brincava de
jogar a pequena goiaba verde
que caída estava ao chão.
E a tarde foi caindo e eu
ali deitado ao pé do
cajueiro...
onde um dia ainda menino eu
plantava aquele pequeno
broto que hoje me cobre
e me alimenta.
Deitado, pensando e lembrando
das coisas que aprendi
nesse velho e longo tempo
que me trás lembranças
de um garoto bagunceiro e
muito feliz.