DESERTO MENTAL
Não me sinto a vontade,
quero me deitar e sonhar
ter pesadelos profundos,
sarcásticos...
Ando cansado.
A mente rebate contra
tudo que procuro trazer
para me distrair,
o estresse,
o bulbo e o radiano que
não se polarizam...
O peito fica apertado.
Uma tristeza profunda me
abate, uma agonia se fixa
e se torna presente,
as mãos suadas e a arritmia,
colapso total...
O rádio que toca rock...
A notícia ruim da morte...
A jogo chato, do time fraco...
O locutor que grita...
A propaganda.
Vou desligar!
O botão do rádio,
desligado.
A Paz!
O interruptor da lâmpada!
do quarto,
o sono
que veio.
O remédio que faz efeito!
a tarja negra,
o apago final.
(EDUARDO BARROS)