Homo-baboseira

Desculpa essa falta de modos

Sou um homo-erectus sem grandes pretensões

Desejo apenas ser sapiens, sabe?

Ou apenas um crânio em sua estante.

Como se torna redundante essa nossa burrice,

Galopante feito esse asno que carregamos

E urina em nossas costas,

Deixando-nos esse odor infante.

Vai homem-jegue, homem-burro, homem-cavalo

Trabalha, rouba, mata, xinga, ouvi, apanha.

Agora reza e se redimi, tenta se perdoar

Pelo estupro a filha do vizinho.

Ser errante da vida esquizofrênica

Vê se evolui,

Arranca dessa cabeça sua nonsense.

Deixa de ser asno.

Larga essa burrice aleatória

E seja burro por querer.

Só assim essa trancafiada inteligência

Pode instigar a de outros.

E a vida deixar de ser louca

Pra passar a ter sanidade

Em modo in, também em modo out.

Caio Augusto
Enviado por Caio Augusto em 22/07/2008
Reeditado em 11/10/2009
Código do texto: T1091801
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