Homo-baboseira
Desculpa essa falta de modos
Sou um homo-erectus sem grandes pretensões
Desejo apenas ser sapiens, sabe?
Ou apenas um crânio em sua estante.
Como se torna redundante essa nossa burrice,
Galopante feito esse asno que carregamos
E urina em nossas costas,
Deixando-nos esse odor infante.
Vai homem-jegue, homem-burro, homem-cavalo
Trabalha, rouba, mata, xinga, ouvi, apanha.
Agora reza e se redimi, tenta se perdoar
Pelo estupro a filha do vizinho.
Ser errante da vida esquizofrênica
Vê se evolui,
Arranca dessa cabeça sua nonsense.
Deixa de ser asno.
Larga essa burrice aleatória
E seja burro por querer.
Só assim essa trancafiada inteligência
Pode instigar a de outros.
E a vida deixar de ser louca
Pra passar a ter sanidade
Em modo in, também em modo out.