Lições do tempo
Tardes quentes de verão
Percebo que tenho sombra
Chovo forte, à exaustão
Enfrento o escuro que assombra
Nas noites frias do outono
Conheço a lição do nada
O que não posso, abandono
Renúncia faz-se calada
Em madrugadas de inverno
Volto pra dentro de mim
Acolho-me, ser eterno
Regresso pra de onde vim
Das manhãs de primavera,
Aprendo a confiar silente
Degusto o sabor da espera
Tempo é produto da mente
Observo, por onde vou
Peças de um elo perdido
Cumpre-se aquilo que sou
Nada mais me é pedido.