A volta da Errática

"Errática amada, abandonada,

Pois eu venho, trago aqui, versos empobrecidos,

Pois de amores caio por ti, paralisada."

Caroline Fuentes

Não sei o que é Errática. Tentei ver nos seus versos o que era, pensei até em procurar no dicionário, mas achei melhor não e o fiz por esses versos teus que transcrevi acima.

Se traz teus versos, se cai paralizada, se vens... Então a Errática é no mínimo fruto de um amor ou ao menos de uma paixão avassaladora. Pois rezarei por tua Errática abandonada, para que a encontres, apesar dela ter o nome dessas impossíveis de se encontrar. Ela tem nome de mulher que é vadia sem escolha, nome de sofrimento e sabedoria. É nome de velha mulher que tem os seios murchos de tanto amor esvaído, é nome de seio de mãe, é nome dos braços da amada.

Errática! - imagino-me gritando à noite - Errática! - na janela escura.

E sei que morrerei sem que ela me abra a janela ou o coração. Pois ela tem nome de mulher fria e implacável, nome de advogada, nome de mulher de sorriso esparso e apaixonante que faz a todos suspirar, mas não é de ninguém, nem de si mesma. A todos se dá, sem nem saber a dor que causa.

Errática andarilha

Errática perdida

Errática dilacerada

Estuprada, moribunda.

Errática enfim, que amarei por toda vida.

Errática dançarina

Nas estrelas...